quinta-feira, 18 de março de 2010

Técnicos discutem uso de águas subterrâneas.

Uma reunião realizada na manhã de ontem, no auditório da Caern, discutiu o marco regulatório que o Rio Grande do Norte e o Ceará irão firmar com relação ao uso das águas dos aquíferos Açu e Jandaíra, que abastecem boa parte da população da região Oeste e ainda atendem à demanda da fruticultura e outras atividades econômicas. Em 2003 foi registrada uma redução significativa no volume desses reservatórios subterrâneos, gerando grandes prejuízos à economia. Por isso mesmo, a preocupação em garantir a sustentabilidade das reservas é o objetivo principal do marco.O trabalho da comissão técnica que trata da elaboração do documento se iniciou há um ano e já está em sua 12ª reunião. No encontro dessa quarta-feira, os componentes começaram a avaliação dos estudos feitos pelas empresas Projetecne e Techne. A análise prossegue nesta quinta-feira, quando técnicos da Agência Nacional de Águas (ANA) discutirão os resultados com os demais pesquisadores, especialistas e os representantes das empresas.O aquífero Açu abastece, através de poços, parte de Mossoró, Areia Branca, Grossos, Tibau e Governador Dix Sept Rosado. Já o Jandaíra é utilizado na irrigação de plantas frutíferas, principalmente em Baraúna, e também na fruticultura do Ceará, especialmente nos municípios de Limoeiro do Norte, Russas e Alto Santo. Por enquanto ainda não há dados seguros a respeito do volume de água que pode ser explorado dos dois aquíferos, porém todas essas informações devem ser detalhadas até maio, quando se prevê que o marco regulatório seja publicado. A reserva total, que segundo um estudo de 1982 superava os 17 bilhões de metros cúbicos de água, equivaleria a sete barragens Armando Ribeiro Gonçalves. Porém, a quantidade que pode ser explorada é bem menor, ou o manancial corre o risco de simplesmente secar. O desafio da comissão técnica é chegar a um percentual que permita a utilização dos aquíferos, como fonte de água potável e para usos econômicos, sem comprometer o futuro de ambos. O projeto, que faz parte do Programa Nacional de Desenvolvimento dos Recursos Hídricos (Proágua Nacional), financiado pelo Banco Mundial, é considerado uma experiência piloto. Um estudo de 1982, incluído no relatório final do Projeto Água Subterrânea no Nordeste do Brasil (que durou de 2000 a 2004), apontava que o aquífero Jandaíra possuía uma espessura média de 100 metros, totalizando cerca de 6,2 bilhões de m3 de água. Enquanto o Açu teria 70 metros de espessura média e cerca de 10,8 bilhões de m3 de reserva total.

Publicado dia 18 de março de 2010
Fonte: http://www.tribunadonorte.com.br/

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